Imediatamente após apresentar o iPad 2 na tarde de 02/03, em São Francisco, nos EUA, Steve Jobs convidou membros da imprensa para visitar uma área especial para testes em mão com o novo aparelho – mesmo esquema usado pela Apple há cerca de um ano ao apresentar o modelo original do tablet. Apesar de o novo iPad só chegar às lojas dos EUA em 11/3 (e ainda não ter previsão de ser lançado no Brasil), pudemos passar algum tempo com o aguardado gadget. Veja o que achamos.
O iPad 2 é mais fino e mais leve do que seu antecessor. As pessoas que costumam acompanhar o design dos produtos da Apple não ficarão surpresas com isso. O que é interessante é o efeito que essas mudanças tiveram na empunhadura do aparelho. O modelo original do tablet era um dos aparelhos da Apple mais sólidos que já tínhamos visto. Mas sua combinação de peso, espessura e a curva de sua parte traseira o tornava um pouco difícil de segurar – e fazia com que um case fosse muito necessário.
É muito mais confortável segurar o iPad 2 com uma mão - o aparelho é 33% mais fino que o modelo original. A pequena perda de peso (cerca de 90g) ajuda, sem dúvidas, mas a espessura mais fina também - e mais notavelmente o fato de que a parte traseira do aparelho se curva para uma superfície plana em um ângulo muito menor do que o modelo anterior.
Em termos de materiais, o iPad 2 e o iPad 1 são “cortes do mesmo tecido”: uma painel de vidro na frente e outro de alumínio na parte traseira. O aparelho ainda parece sólido, apesar de notavelmente mais fino. A grande diferença ao olhar para ele de frente é que você não vê a borda da carcaça de alumínio, que é bastante perceptível próximo da borda do iPad original quando visto de frente.
A espessura reduzida do iPad 2 significa que não podemos dizer que os botões e portas do iPad ficam em sua lateral – porque na verdade ela não existe, ao contrário da versão anterior. Há uma parte frontal e traseira, sim, com uma quantidade muito pequena de espaço curvado na parte de trás onde ela encontra a parte da frente. É aí que ficam os botões e portas. É uma sensação bastante diferente em relação ao primeiro iPad. No entanto, os botões e portas do novo gadget ficam mais ou menos no mesmo lugar do aparelho original.
Além desse novo design, a maior diferença externa no iPad 2 é que ele ganhou duas câmeras: uma traseira e uma frontal. Como nos modelos mais recentes do iPhone e do iPod Touch, essas câmeras podem tirar fotografias, gravar vídeos e serem usadas para videochamadas pelo FaceTime. No entanto, elas definitivamente possuem qualidade inferior à câmera de 5MP do iPhone 4, e estão mais na mesma linha das câmeras do iPod Touch 4G.
As imagens de teste que fizemos ficaram mais granuladas e com mais bordas recortadas do que as produzidas com um iPhone 4, por exemplo. Mesmo uma videochamada com um representante da Apple no outro lado da sala pareceu um pouco menos definida, mas isso pode ter sido resultado do grande tráfego na rede Wi-Fi local.
Além das câmeras, também há algumas mudanças relacionadas não à visão, mas ao som. Em vez de um furinho preto (pinhole) que ficava perto da entrada de fone de ouvido no iPad original, o microfone agora foi colocado na parte superior traseira do iPad 2 (nos modelos 3G, ele na verdade fica na parte plástica que cobra a antena 3G). E como não há uma “borda” real no novo aparelho, o alto-falante foi movido para a parte de trás, e possui um design de grade mais parecido com o falante de um MacBook Pro. Foi impossível medir o desempenho real do alto-falante na sala cheia, mas acreditamos que provavelmente é comparável ao do iPad original.
Havia iPads pretos e brancos em exposição, e apesar de isso não provar que o iPad 2 branco é real – vale lembrar que já seguramos um iPhone 4 branco – Steve Jobs pareceu indicar que eles definitivamente seriam vendidos a partir do primeiro dia de lançamento. Gosto mais do visual do modelo preto, mas é por isso que eles fizeram as duas versões. Não é ótimo poder escolher?
Além das duas opções de cor, os modelos do iPad também são divididos de acordo com sua conectividade – apenas Wi-Fi ou Wi-Fi + 3G, e capacidade de armazenamento, 16GB, 32GB ou 64GB.
Por mais ridículo que seja focar em algo tão simples quanto uma capa quando há novas tecnologias sendo mostradas, o fato é que as novas Smart Covers da Apple são um recurso bastante interessante e notável: tão notável, na verdade, que o sistema iOS 4.3 inclui um recurso desenvolvido especificamente para suportá-las.
A Smart Cover em si é um retângulo com exatamente o mesmo tamanho e formato da tela do iPad, mas dobrada em quatro partes. O lado interno é feito de tecido flexível de microfibras; a parte externa pode ser de couro ou poliuretano, com opções de cinco cores diferentes. Em um lado há uma dobradiça de metal com pequenos imãs nas duas pontas: essas partes se prendem aos imãs embutidos no iPad 2 quando você coloca a capa próxima da borda do tablet (mas ela só se prende ao lado esquerdo do aparelho). Um representante da Apple chegou a dizer que colocar a Smart Cover é uma operação muito simples ("foolproof"), mas provamos o contrário ao errar algumas vezes antes de conseguir. Mas após descobrir como funcionava, tudo correu de maneira suave.
A parte interna da borda oposta às dobradiças da Smart Cover também possui um imã embutido. Quando você fecha o case sobre a tela do iPad, ele fica fechado. Mas há algo mais aqui: o iPad 2 "sente" que a Smart Cover foi fechada e imediatamente bloqueia os controles (lock). Isso é legal, mas mais legal ainda é o que acontece quando você retira a capa e separa o fecho magnético: o tablet automaticamente “acorda”, desbloqueando a tela e os controles no processo (é possível desligar esse recurso na seção de Ajustes do sistema).
Como aconteceu com o case do iPad original, a Smart Cover pode ser dobrada para fornecer uma inclinação legal para digitar, ou para criar uma base para assistir a vídeos. Nesse último caso, ela é muito superior ao case da Apple para o iPad original, que sempre pareceu um pouco instável nessa configuração.
Antes de julgar o iPad 2 pela sua capa, vamos nos lembrar que é o que está dentro que interessa. Nesse caso, é um processador A5 dual-core criado pela Apple. É muito difícil testar a rapidez de um aparelho como esse, especialmente em um ambiente controlado como uma sala de demonstração. Mas o iPad 2 certamente pareceu rápido, muito rápido.
Os novos aplicativos GarageBand e iMovie, que presumivelmente exigem o máximo do equipamento, rodaram de maneira suave. Apesar de não sabermos com certeza a quantidade de memória RAM do iPad 2, 512 MB (o mesmo do iPhone 4) parece um “chute” razoável.
A Apple também passou um tempo melhorando o desempenho gráfico do iPad 2, uma melhoria que é sutilmente visível quando você roda o novo app Photo Booth e é recebido com nove previews de efeitos em tempo real. Além disso, um rápido passeio por games como “Infinity Blade” e “N.O.V.A. 2” também produziu resultados impressionantes.
Essas são apenas algumas de nossas impressões após passar algum tempo em uma sala cheia de jornalistas e com poucas unidades de demonstração do iPad 2. Teremos muito mais a dizer, obviamente, quando o novo tablet chegar à redação para nosso review completo.
Fonte: Macworld