quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Clarín


Cristina aperta o cerco e envia fiscais à redação do Clarín
O Grupo Clarín, maior holding de mídia da Argentina, foi alvo nesta quinta-feira, 10, de uma operação da Associação Federal de Ingressos Públicos (AFIP, equivalente a Receita Federal) do governo de Cristina Kirchner. Entre 180 e 200 fiscais do órgão tiveram acesso ao edifício onde funcionam as redações dos jornais Clarín, Olé e La Razón.
Segundo o grupo, trata-se de uma "operação de intimidação", após denúncia publicada na edição desta quinta-feira, que dava conta que, por decisão da ONNCA (Oficina Nacional de Controle de Comércio Agropecuário), foram pagos mais 10 milhões de pesos em subsídios a uma empresa que estava em condição irregular, sem licença para funcionar. De acordo com a reportagem, o próprio órgão concedeu a empresa uma "matrícula provisória" após os subsídios.

A ONNCA é dirigida por Ricardo Echegaray, aliado dos Kirchner que também está à frente da AFIP.
"Dezenas de fiscais entraram no edifício, enquanto cerca de outros cem permaneciam do lado de fora. Os que entraram se dividiram em grupos e permaneciam reunidos com os responsáveis das empresas distintas do grupo Clarín", informou o jornal em seu site.

Em carta, Echegaray nega ter ordenado operação.

As desavenças entre o governo Cristina e o grupo de comunicação não são de hoje. No final de agosto, Cristina anunciou o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei que acaba com o monopólio na radiodifusão.

Em rede nacional de rádio e TV, a presidente acusou os meios de comunicação de seu país de terem "superpoderes" e alertou que "a liberdade de expressão não pode converter-se em liberdade de extorsão", em uma clara referência à briga que trava desde março do ano passado com o grupo Clarín. No mesmo mês, o governo também tirou do grupo o monopólio para a transmissão dos jogos de futebol, quebrando um contrato de 18 anos.

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