O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou sua histórica ascensão ao poder ao vigor e ao valor dos líderes negros da luta pelos direitos civis, em um discurso proferido na sede da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), considerado seu primeiro grande pronunciamento especialmente voltado para a questão racial desde que assumiu a Presidência.
A entidade escolhida por Obama para fazer o discurso teve um papel ativo na luta pelos direitos civis no EUA no século 20 e contou entre seus membros com Rosa Parks, a mulher que deu início a um grande movimento de resistência à segregação racial quando se recusou, em 1955, a ceder sua cadeira em um ônibus do Alabama a um homem branco, conforme ditava a lei de segregação racial da época.
Obama disse aos líderes da NAACP que o sacrifício de outros "deu início à viagem que me trouxe até aqui." O primeiro presidente negro alertou, no entanto, que as barreiras raciais persistem.
"Não se enganem: a dor de discriminação continua a ser sentida na América", disse o presidente, em homenagem à convenção que marca o 100º aniversário da organização negra.
Apresentando a si mesmo como beneficiário do trabalho da associação, Obama citou figuras históricas, do intelectual negro W.E.B. Du Bois a Thurgood Marshall, primeiro negro a ser juiz da Suprema Corte, para explicar como o seu caminho para a Presidência pavimentado por visionários.
As declarações de Obama, marcadas por sua biografia, como o filho de uma mãe branca do Kansas e de um pai negro do Quênia, desafiaram a plateia a assumir uma maior responsabilidade pelo seu próprio futuro.
Ele pediu aos pais para terem um papel mais ativo aos cidadãos para restarem mais atenção às suas escolas.