O apagão da Telefônica
Os sucessivos problemas apresentados pelo Speedy, o serviço de banda larga que a Telefônica vende no estado de São Paulo, culminaram numa punição extrema da Anatel: a suspensão da venda de novas assinaturas por um mês, pelo menos. A empresa se comprometeu com a agência reguladora a antecipar investimentos e a melhorar a qualidade do serviço prestado a seus mais de 2,7 milhões de clientes de internet rápida. As mudanças na Telefônica vão muito além das admissões públicas de culpa e das promessas de conserto - os espanhóis enviaram emissários para acompanhar a situação de perto e, em alguns casos mais críticos, intervir.
Mas, além de expor deficiências estruturais da operadora, a crise do Speedy trouxe à luz outro problema fundamental: a falta de competição na banda larga. A privatização do sistema Telebrás foi um sucesso indiscutível e removeu um obstáculo para o salto de competitividade das empresas do país e a integração do Brasil com o restante do mundo. Mas ainda há muito a fazer. Assim como as ferrovias e a eletricidade revolucionaram as formas de produção e os padrões de vida nos últimos dois séculos, o acesso à internet em alta velocidade talvez represente a infraestrutura mais importante para o desenvolvimento econômico no século 21.
Reino Unido e Austrália, apenas para ficar em dois exemplos, anunciaram planos ambiciosos para garantir que todos os seus cidadãos tenham acesso de boa qualidade à internet. Por aqui, essa discussão ainda nem sequer começou - e ela passa inevitavelmente pelo aumento de opções para os consumidores.