Sob pressão, as pessoas funcionam melhor ou pior?
Existem pessoas que trabalham melhor sob pressão. Mas é uma minoria. Quem garante é Flavia Garbo, gerente de Desenvolvimento Organizacional da Luandre - Soluções em Recursos Humanos."Acredito que é preciso separar a pressão das ações de incentivo. Por exemplo, ações como a do "funcionário do mês" são motivacionais e em nada se comparam com o terrorismo exercido por alguns gestores, que ficam infernizando a vida do funcionário e cobrando metas inatingíveis", explica. "Alguma pressão é necessária, uma vez que o ser humano tem a tendência de se acomodar. Existe aí uma zona de conforto, na qual as pessoas acabam se apoiando", acrescenta. Pressão boa ou ruim? Segundo a especialista, um dos pontos que determinam o comportamento opressor do líder é a meta. "Para motivar, a meta deve ser atingível e desafiadora. Quando é inatingível, ocorre uma pressão que é desnecessária".
A maneira de se comunicar também indica se o gestor já passou dos limites. Gritar, ameaçar de demissão e humilhar já indicam assédio moral.Consequências da pressão Essa pressão desnecessária, na maioria das pessoas, causa estresse e esgotamento. "O efeito é o oposto do esperado. Se a pressão é por prazo, a empresa perde em qualidade. Se é por qualidade, pode perder em prazo", afirma.Quando um profissional passa muito tempo sob pressão, sua produtividade cai vertiginosamente, de acordo com Flavia. "Justamente para combater o estresse, muitas empresas contam com programas de qualidade de vida para seus funcionários".Ela lembra que alguns profissionais estressados chegam a desenvolver problemas de saúde, como gastrite, dor de cabeça e insônia.
"Como resultado, o nível de absenteísmo [ausência no trabalho] aumenta".A gerente de Desenvolvimento Organizacional alerta ainda que o profissional pode vir a sofrer a chamada Síndrome do Burnout, termo que, em inglês, significa "acabar-se em chamas". Trata-se de um desgaste provocado pelo trabalho, que causa profundo sentimento de exaustão, frustração e raiva.